terça-feira, agosto 28, 2012


"(...)Eu não posso dizer que ele me decepcionou. 
Eu não tenho o direito de achar que meu coração tem duzentos e cinqüenta e cinco cicatrizes porque o amor é uma faca afiada que corta. 
Vamos jogar aberto. 
A culpa é minha. 
Eu dei meu coração. Eu criei expectativas.
Então, com sua licença. 
A culpa é minha. Minha culpa. 
Minha feia culpa que é minha e de mais ninguém. 
Minha culpa de sete pontas. 
Minha culpa que me faz olhar a vida e me sentir personagem principal de uma página triste. E não é só triste.
É uma culpa boa. Porque também me faz exercitar um sentimento maior (e mais brilhante que o mundo): o perdão. 
Se eu pudesse escolher um verbo hoje, eu escolheria perdoar. 
Assim, conjugado na primeira pessoa, com objeto direto e ponto final: eu me perdôo. Não, eu não te perdôo porque não tenho porque te perdoar. 
Tenho que perdoar a mim. A mim, que me ferrei. Me iludi. Me fodi. Me refiz. Me encantei. 
A culpa é minha. 
Minhas e das minhas expectativas. 
Minha e das minhas lamentáveis escolhas. 
Minha e do meu coração lerdo. 
Minha e da minha imaginação pra lá de maluca. 
Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. 
Eu e meu delicioso perdão por mim mesma. 
Eu só te peço uma coisa. 
Pare de culpar a vida. 
Pare de ter pena de você. 
Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate. 
Mas se perdoe. 
Pelo amor de Deus, se perdoe." 
(Fernanda Mello)