segunda-feira, março 04, 2013

Sofrimento: Você cospe ou engole?



"Dá licença, posso sofrer sem que me encham o saco ou me chamem de menininha ou de ser humano frágil? Se me tirarem esse direito, viro só mais uma carcaça que trabalha, come, dorme e trepa. Eu não sei como é ser proibida de votar, usar calças compridas, trabalhar e escolher marido.Eu não faço ideia. Eu já nasci diva de cinema, camisinha na bolsa, motorista de carro e divorciada. Já sou presidenta, mas não disse que pagaria com felicidade. Ainda sinto pontadas melancólicas, que me obrigam a chorar de saciar baldes: o único jeito de contar pra mim quando estou triste, apesar do mundo que conquistei.

Engole o choro, Priscila. Me lembro mais dessa frase, do que dos Natais da minha infância. Meu pai sempre mandava essa, quando percebia uma faísca de berreiro. Eu me esforçava para não desapontar o meu herói, mas nunca tive talento pra algemar tristeza.

Chorei no primeiro dia de aula do primário. Não queria ser adulta. Se eu pudesse continuava desenhando bolinhas e brincando de pega-pega. Chorei no banheiro do trabalho, por causa de uma chefe sacana. Chorei no trânsito e um vendedor de rosas no farol me perguntou o que aconteceu. O meu avô tinha morrido e eu enfrentava duas horas de congestionamento. Ignorei caminhoneiros e motoboys ao redor, o meu público. Chegando em casa, não abracei ninguém, fui pro quarto umedecer a cara. A minha família nem imagina que, longe deles, eu sou de açúcar.

Choro pelos caras. Eu coloco músicas pra me lembrar deles e mando ver. Na saída de um show, tive um ataque por causa de um. Um de quem gostei com aquela brutalidade, que não consigo evitar. Uma menina na fila quis me assessorar, Não chora pelo amor de Deus, ela dizia, como se zelasse pela minha dignidade. Que dignidade? Eu já tinha esfaqueado a minha dignidade, desde que me permiti gostar de alguém, que só esfregou a sola do sapato na minha cabeça. Perto de uma dignidade desertora, o que eram umas lagriminhas, detonadas pela cerveja na saída daquele show? Vai ser digna no inferno! Doía, porra. Essas lágrimas que te envergonharam, essas aí, que você tentou barrar, garota, é o meu jeito de expor um ponto de vista. Me violentei toda vez que fiz silêncio. Eu sou de me derramar inteira numa folha em branco. De ter pranto contando pra desconhecidos como me sinto. Sofrer é pra quem tem força. Fica tranquila, porque eu aguento o dia seguinte, quando tudo é ressaca de uma surra emocional. Eu aguento. Eu espero sempre aguentar.

Reprimir meu choro é tão agressivo que acabo no hospital. É travar boca. É calar teclas. Não suporto gente contida. Não entendo. Cheira a aguado. Gente que ri sem arreganhar os dentes. Personagens vazias, poluídas de bons modos. O que passa pela cabeça de vocês quando a luz se apaga e a vida é mais franca? Vocês enchem a cara de álcool para amortecer o coração mastigado? Como vocês esparramam suas lasquinhas de dor secreta?

Eu não quero ajuda. Eu gosto do meu exagero. Gosto de quando o sofrimento aterrissa, pra eu esvaziá-lo até a última linha. Descrevê-lo em gotas salgadas – antes que passe. O sofrimento é turista. Gosto de encadernar suas fotografias, porque me vestem de espertezas futuras. Eu nunca chorei pelo mesmo Adeus. Se eu reprimo, a dor transborda por poros desajustados e me convence de que faço escarcéu, em vez de desabafos. De que transformo vírgulas em parágrafos. Me dá licença. Vou sofrer sempre que puder. Eu não vou engolir o choro, vou cuspir pelos olhos."

(Priscila Nicolielo)
Fonte: Casal Sem Vergonha.com.br

terça-feira, fevereiro 19, 2013

"Amigo: — Cara, você se arrependeu de ter terminado com ela?
Ele: — Olha pra mim, você acha que eu me arrependi? 
Eu saía sexta e só voltava segunda de manhã pra trabalhar. Eu peguei a mãe, a filha, a prima, a tia e só não peguei a vó da vizinha, porque ela tinha hemorroida. 
Eu tinha cortesia pra entrar nas melhores baladas. Eu esnobei as garotas que todos os homens queriam pegar. Transei de segunda à sábado, e domingo eu via futebol. Detalhe: sem ninguém me chamando pra ir ver a porra do casal feliz no Faustão ou sei lá o que. 
Me mandavam mensagens o dia todo e se você perguntar se eu li alguma eu vou te dizer que não. Eu podia ver filme pornô, levar a guria que eu quisesse pra minha cama e depois chamar o táxi pra ela ir embora pra eu não precisar gastar gasolina, porque convenhamos, tá cara pra caralho. 
Eu era o que elas queriam de qualquer jeito. E eu, queria todas de qualquer jeito, mas só um pouquinho cada uma. 
Chamava todas de bê, pra não errar o nome de nenhuma. E por que diabos elas achavam que isso era fofo? Eu ia pra academia as três das tarde e voltava as oito da noite. 
Tenho uma coleção de calcinha perdida na última gaveta da minha estante. 
Eu saía na rua com o som alto no carro e podia escolher a dedo, quero essa, depois essa e mais tarde, essa. Na minha geladeira nunca tinha uma caixa de cerveja, eram no minimo quatro. Eu não devia nada pra ninguém. 
A única guria que me cobrava alguma coisa, era minha mãe. Me cobrava minha cueca lavada e só.
Não tinha que ir no cinema ver as comédias românticas e falar “own amor, eu faria o mesmo por você”. Não tinha que deixar de ir pra balada pra fazer um lanchinho em família.
Não precisava me preocupar em horário e olhava pra quem eu queria na rua. Minha casa tinha festa toda quarta. Camisinha aqui tinha do Bob Esponja até das Três espiãs demais. E eu ainda dava de brinde um moranguinho pra cada garota. 
Meu trampo era sentado na frente do computador. Peguei tua irmã, cara. A amiga dela. A Carolzinha filha do Prefeito da cidade. A Jú filha do gerente do banco.
Loira, morena, ruiva, que gostava de pagode até a que gostava de gospel. Eu tinha o mundo na minha mão.
E você me pergunta se eu me arrependi? Me arrependi caralho. 
Porque toda essa porra de vida perfeita nesses 4 meses que fiquei sem ela não teve valor nenhum depois que eu vi ela sorrindo de um jeito que nunca sorriu pra mim, pra um outro cara aí. 
Pra um vagabundo desgraçado que vai fazer ela feliz, porque eu, eu não fiz ela feliz e ainda mandei a melhor coisa que eu tinha na vida me esquecer.
E sabe o que é pior? Ela me obedeceu..."

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

"Tira a mão do celular e coloca na consciência. 
Chega de esperar uma ligação que nunca acontece. 
O celular dele não quebrou, ele não está tão ocupado assim, e não é o sinal da operadora que está ruim. 
As pessoas com quem realmente vale a pena gastar o seu tempo e a sua preocupação não mexem com a sua cabeça desse jeito, a ponto de fazer você perder a fé em você mesma. 
É clichê falar que você não merece isso, mas infelizmente a realidade é essa. 
A sua vida não é fila do SUS pra você ficar sentada esperando a boa vontade dos outros para cuidarem de você. Levanta essa cabeça, engole o choro, engole as indiretas e as mil verdades que você tem pra falar na cara do FDP. 
Tem muita gente por aí que você nem sonha que ainda vai conhecer, e gente que você já conhece mas não repara, porque perde tempo demais observando quem não te vê..."

terça-feira, fevereiro 12, 2013

A mais pura, dura e sincera realidade!

Simples assim ; 

''Ele não vai te ligar e pedir desculpas, talvez não fale com você nem por internet. 
Não vai se arrepender de nada do que fez, e nem reconhecer que errou. 
Não vai perceber que está te perdendo aos poucos, ou que já perdeu. 
Não vai pedir pra que tudo volte a ser como era antes, ele está feliz assim. 
Não vai dizer para os amigos que sente a sua falta ou algo do tipo, e nem lembrar de você ao ouvir uma música. Ele não vai passar noites acordado pensando no quanto poderia ter dado certo, nem vai ficar imaginando planos que um dia poderiam se realizar. 
Não vai sentir ciúmes ao ver você conversando com outro menino, e com toda certeza do mundo, não vai passar horas no seu perfil só pra saber como foi seu dia, ou se você se interessou por alguém. 
Ele não vai perceber que fez a maior burrada de sua vida, nem vai se lamentar por ter perdido a pessoa que o fazia sorrir. 
Ele não vai compartilhar fotos de casais no Facebook, e nem escrever coisas tristes no twitter. 
Ele não vai chorar, nem sofrer e muito menos morrer de amor. 
Não vai dar justificativas do por quê de tudo ter acabado, e nem vai querer saber o que você pensa sobre, e nem como você reagiu a tudo isso. 
Ele não vai sorrir ao te encontrar na rua, e se te ver, não vai ficar pensando o dia inteiro em como seu cabelo estava lindo, ou em como o seu sorriso é estonteante. 
Ele não vai correr atrás de ninguém, e provavelmente logo estará com a menina mais fácil que encontrou por aí. Ele não vai te amar, isso, se chegou a amar um dia.. ''

sexta-feira, janeiro 04, 2013

A melhor versão de nós mesmos

Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. 
Outros são limitantes e inférteis. 
Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? 
Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são.
 E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. 
Qual a versão que prevalece? A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. 
Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.
 Você convive com uma mulher tão ciumenta que manipula para encarcerar você em casa, longe do contato com amigos e familiares, transformando você num bicho do mato? Ou você descobriu através da sua esposa que as pessoas não mordem e que uma boa rede de relacionamentos alavanca a vida? 
Você convive com um homem que a tira do sério e faz você virar a barraqueira que nunca foi? Ou convive com alguém de bem com a vida, fazendo com que você relaxe e seja a melhor parceira para programas divertidos? Seu marido é tão indecente nas transações financeiras que força você a ser conivente com falcatruas? 
Sua esposa é tão grosseira com os outros que você acaba pagando micos pelo simples fato de estar ao lado dela? 
Seu noivo é tão calado e misterioso que transforma você numa desconfiada neurótica, do tipo que não para de xeretar o celular e fazer perguntas indiscretas? 
Sua namorada é tão exibida e espalhafatosa que faz você agir como um censor, logo você que sempre foi partidário do “cada um vive como quer”? 
Que reações imprevistas seu amor desperta em você? 
Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. 
Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.
O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. 
O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão.

Martha Medeiros

quinta-feira, janeiro 03, 2013

"Relacionamentos acontecem. 
Você não precisa força-lo , tampouco apressá-lo. Pessoas ficam juntas porque querem, no momento em que decidem.
"Querer" já é muito e elimina algumas coisas. 
Seja responsável por você: seus pensamentos, sentimentos e atos. 
Não se sinta na obrigação de corresponder as expectativas do outro a todo momento. Ele as criou. 
Não o obrigue a corresponder as suas expectativas a todo momento. Você as criou. 
Amor, atenção e carinho não se cobram. Não estejam e não queiram estar presentes um na vida do outro o tempo todo. Ninguém nasce com duas sombras. 
Vocês não precisam checar os celulares, redes sociais e ter acesso aos e-mails pessoais. Quem inventou essa loucura? Conversem sobre tudo, mas respeitem o ponto de vista um do outro (e até mesmo o considere). Lembre-se, foi o jeito como ele é que te atraiu em primeiro momento. É sempre bom ter suas coisas pra fazer. Hoje se ele quiser vai sair só com os amigos e tudo bem. 
É importante que saiba se divertir com ou sem ele. 
Namoro não é casamento. 
Briguem por motivos reais, tenham ciúmes por motivos reais. 
Você tem um passado. Ele tem passado. Ciúmes do passado, por exemplo, é irreal. Antes de você existir na vida dele, ele já existia. Que bom que você chegou, mas isso não o fez nascer de novo. 
Você tem seus segredos, ele tem os dele. Respeitem-se. 
Isso tudo não quer dizer que vocês se gostam pouco. 
Isso vai fazer com que vocês se gostam mais."

sábado, dezembro 29, 2012

"Desde que o mundo é mundo, as mulheres se surpreendem com os homens.  
Sejam boas ou más surpresas, a história do tempo é escrita assim. 
Depois de muito questionar, aprendi que rapazes são objetivos e diretos. 
Por isso, acho a coisa mais fofa do planeta quando eles resolvem fazer bonito pra gente. 
Nessas horas, eles deixam qualquer mulher no chinelo. 
Seja pela falta de jeito em querer fazer tudo certo. Seja pela criatividade quase infantil. 
Pelo exagero do gesto. Pela capacidade de lembrar detalhadamente todas as frases (e músicas) que a gente adora. 
Sejamos francas: homens não medem esforços quando querem agradar. Não economizam tempo, dinheiro. Palavras. Nem atitudes. 
Às vezes, perdem a medida. A censura. Em alguns casos, até o limite. 
Já repararam que homens apaixonados costumam ser mais exagerados que mulheres? Sim. 
Para eles, tudo fica pequeno. 
Tudo parece pouco pra demonstrar o que querem dizer.
Nesses momentos, são os mais corajosos. Lutam bravamente porque sabem que existe uma recompensa maior no final: o coração DELA.  
E ai dos amigos que fizerem piada quando ele abrir a porta do carro para você... Ou o recriminarem pela falta no jogo de pôquer ou futebol. 
Um homem que vale a pena não tem medo do ridículo. 
Não tem medo do futuro.
Nem tem medo dos amigos. 
Na verdade, eles só têm medo de uma coisa: de perder a gente.
 E é bem nessa hora, minha amiga, que um cara te ganha. Definitivamente. 
Porque - cá entre nós - não há nada mais reconfortante que ver que o Super Homem, na verdade, sempre foi (e será) Clark Kent. 
É. Acabou-se a era das donzelas indefesas. Não precisamos, nem queremos ser salvas. 
Mas, por favor, rapazes, demonstrem o que estão sentindo! 
Não há superpoder maior – e mais afrodisíaco – que um homem que não tem medo de se expor..."

(Fernanda Mello)